Aquele livro que não serve mais pode representar um universo fascinante de descobertas e emoções para quem não tem acesso às livrarias. Em tempos de arquivos digitais, vale considerar a equação entre quem não tem mais interesse por publicações impressas e a quantidade de gente que busca acesso a elas. Em Niterói, não é difícil fechar essa conta. A partir de segunda-feira, uma nova ação passará a auxiliar a erguer a ponte que facilita o acesso à leitura: na sede da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), no Centro, será inaugurada, para os funcionários, uma biblioteca montada com livros que moradores jogam fora diariamente e que são recolhidos por meio do programa de coleta seletiva.

O espaço será destinado a todos os profissionais da limpeza urbana da cidade e tem como objetivo promover a doação dos livros que são descartados no lixo domiciliar e entregues voluntariamente nos 14 Distritos de Limpeza Urbana (DLU) da cidade. De acordo com o coordenador de reciclagem da Clin, Luiz Abelha, a expectativa é que cerca de 400 títulos, dentre livros didáticos e de literatura, sejam disponibilizados diariamente na biblioteca. Ele diz que a ideia de criar o local surgiu depois de constatar a grande quantidade de livros que chega diariamente à triagem de materiais reciclados da companhia.

— Percebemos que chegam muitos livros no galpão onde fazemos a separação do material reciclado. Então pensei em dar um destino a eles sem que fosse a reciclagem como papel, apenas. Até porque gosto muito de ler e sei que eles têm um valor muito maior que está se perdendo. Paralelamente, comecei a perceber um interesse da equipe pelos livros que chegavam. Conseguimos um espaço adequado para montar a biblioteca e vamos começar a doá-los — conta.

Segundo a Clin, uma média de 200 livros são descartados semanalmente em Niterói nas lixeiras de casas e condomínios ou levados até às LDUs. Há títulos didáticos, romances, de filosofia, história e infantis. Luiz Carlos Fróes, presidente da Clin, explica que não haverá limitação de exemplares por funcionário, nem restrição em relação ao conteúdo.

— Eles poderão levar os livros para casa, para os seus filhos e familiares ou ainda trocar com amigos. O mais importante é disseminarmos o hábito da leitura e fazer o conhecimento circular entre todos democraticamente — acrescenta Fróes.

 

Fonte: O Globo
Foto: Reprodução

*Matéria publicada em 12/08/17.

 

 

 

 

 

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