Bibliotecários debatem questões sobre Informação Jurídica
Encontro Paulista de Documentação e Informação Jurídicas discute os caminhos da área e concretiza ações iniciadas em 2012
SÃO PAULO – O esforço de bibliotecários paulistas no sentido de promoverem um evento que discutisse a questão da informação jurídica deu certo. O I Encontro Paulista de Documentação e Informação Jurídicas – EPIDJ foi considerado um sucesso. Realizado na Faculdade de Direito da USP nos dias 27, 28 e 29 de março, o Encontro foi marcado por palestras que abordaram tópicos como Organização do conhecimento jurídico brasileiro, Mercado de trabalho do profissional e Repositórios digitais.
O planejamento do Grupo de Informação e Documentação Jurídicas do Estado de São Paulo (GIDJ/SP) buscou criar um espaço representativo para o compartilhamento de experiências. Segundo o site da instituição, o Grupo foi oficializado em 25 de junho de 2002, tendo por objetivo “congregar bibliotecários e documentalistas que tenham interesse na área de informação e documentação jurídica no Estado de São Paulo, visando incentivar o intercâmbio de experiências”. O GIDJ/SP é formado principalmente por bibliotecários da área privada, atuantes em importantes escritórios de advocacia.
O EPIDJ contou com a coordenação de Luciana Maria Napoleone, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela ECA/USP, bibliotecária do TRF3, autora de trabalhos na área de bibliotecas jurídicas e bibliotecas de artes e de Maria Lucia Beffa, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela UNESP e Bacharel em Direito pela UNI/FMU – ambas Conselheiras do GIDJ/SP.
Em conversa coma Revista Biblioo, Luciana Napoleone e Maria Lucia Beffa falaram sobre o envolvimento de outros profissionais e o apoio recebido: “Várias pessoas e instituições colaboraram de diversas e inesparadas formas em momentos diferentes até a concretização do Encontro. Em julho de 2012, a bibliotecária Edilenice Passos compartilhou sua experiência profissional numa reunião do GIDJ/SP. Naquela ocasião destacou a importância dos profissionais realizarem algo pelo coletivo da profissão, como sua experiência com a lista Infolegis, e mencionou a possibilidade de outros estados assumirem as próximas edições do Seminário Nacional de Documentação e Informação Jurídicas (SNDIJ)”.
A participação em outros eventos resultou na criação de um encontro paulista. “Entre outubro e dezembro de 2012, vários integrantes do GIDJ/SP estudaram a possibilidade de realizar o Seminário na cidade. Reuniões com membros do Grupo Jurídico, do Conselho Regional de Biblioteconomia da 8ª Região e do Conselho Federal de Biblioteconomia foram realizadas na Biblioteca do TRF3, quando foram consideradas animadamente diversas possibilidades e alternativas”, ressalta a organização do evento.
Falta uma Especialização?
A falta de um ‘formato’ adequado e instiuições que tomem a iniciativa pode ser uma das causas que dificultam a criação de cursos de Especialização em Biblioteconomia Jurídica no Brasil. “O convite para um representante da ABECIN (Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação) na abertura do 1º EPDIJ seria um início de conversa entre os pólos profissional e acadêmico. Esta provocação surgiu dentro o GIDJ/RJ e foi encaminhada para os colegas da Comissão Brasileira de Documentação Jurídica da FEBAB, comissão temporária formada no 4º SNDIJ. Achamos a proposta interessante e oportuna, e ‘importamos’ para o Encontro Paulista”, explica a organização do EPIDJ.
Em artigo intitulado “O perfil do bibliotecário que atua na área jurídica: relato de pesquisa”, publicado em 2008 pela Revista Ibero-americana de Ciência da Informação, a questão da Especialização é avaliada: “os bibliotecários neófitos ‘especializam-se’ em função das atividades que exercem. Tornam-se, então, bibliotecários médicos se passam a atuar em bibliotecas especializadas em medicina, ou bibliotecários jurídicos se passam a prestar serviços em bibliotecas jurídicas. Eles absorvem no trabalho diário as noções básicas do Direito e seu vocabulário próprio”.
Perspectivas e produção científica
Outro tópico abordado foi a questão da produção de trabalhos científicos sobre informação jurídica. Ainda segundo as organizadoras do evento, existe uma boa produção de conhecimento prático e tácito, que precisa ser trabalhado e registrado. “Prova disso são os workshops apresentados mensalmente no GIDJ/SP. Um dos objetivos do Encontro foi estimular a produção de trabalhos científicos. Trata-se de criar um ciclo virtuoso: criar um palco para a produção científica existente, despertar ideias de novos estudos e parcerias, detectar demandas, recomeçar o processo”.
Muito bom Beto. Sem vocea jamais teraimos estes momentos registrados. Espero que a ABES tenha como armazenar este acervo para no futuro relembramos o nosso passado. As coisas boas que estamos fazendo Uma abrae7o, Vitorio.